sábado, 26 de fevereiro de 2011

CONFISSÃO 3

Às vezes ficamos com um vazio... Bate aquele sentimento de que estamos sozinhos mesmo com tantas pessoas ao redor... O que falta? O que é preciso para preencher esse buraco que se formou em mim? São tantas perguntas que sabemos a resposta, mas temos medo de admitir... Talvez por causa das consequências que essas revelações podem trazem... Todos têm medo de revelar suas fraquezas, de mostrar qual o seu verdadeiro ponto fraco... Eu tenho o meu: amor...

Minha primeira paixão foi aos seis anos (sim, precoce)... Nunca esqueci o rosto daquele garoto que eu vi apenas uma vez na minha vida e que deveria ter o dobro da minha idade ou mais... Por toda minha vida sempre me apaixonei por alguém e na maioria das vezes não fui correspondida. Não sei se “escolhia” o cara errado, se não era pra ser ou simplesmente a culpa era dele e não minha... Já levei muito na cara por conta dessas paixões platônica! Mas já tive também rapazes que me amaram e eu simplesmente disse não, afinal, como a sabedoria popular já diz: a gente nunca ama quem nos ama...

Já encontrei um grande amor, que me correspondeu, mas apenas de alma... Sim, ele é o cara certo, mas no momento errado... Amor que não tem como explicar, pois nem todas as palavras do mundo conseguiria descrever a infinidade do que sentimos, pois é a forma mais pura de se amar outra pessoa... Aquele amor que o mais importante no mundo não é a sua felicidade, mas a dele... Aquele que tudo compartilha, até os sentimentos, mesmo que estejam longe... O maior e o melhor, sem comparação... “Se é tudo isso, por que não ficar junto?” Porque, infelizmente, a vida tem mistérios que não se consegue desvendar... É preciso mais de uma vida para descobrir essa verdade... Ele não é para ser meu e nem eu dele, não ainda!

Mas não é esse amor que me deixa com esse vazio, é outro... O outro que é aquele sem razão, desvairado e efêmero, que aparece em nossa vida apenas para bagunçar o que achava que estava arrumado... Aquele que você sabe que é o errado (mais uma vez) e mesmo assim você se entrega... Entrega-se de uma forma que nunca havia feito antes... Entrega-se como se fosse a última coisa que fizesse em sua vida... Estar ao lado dele é a coisa mais simples e bela que acontece... Com ele o mundo pára e nada mais tem sentido: só ele! O choque que percorre o corpo ao mínimo toque... O desejo estampado na cara e que leva a cometer loucuras em seu nome... A não resistência... A briga que dura até o momento que se encontra novamente... Aquela química que mesmo com muito tempo sem encontrar ressurge das cinzas e volta a atormentar... Se está longe quer estar perto, mesmo que sem fazer nada, pois mesmo no silêncio se entendem... Amor esse que sabe que irá terminar, por isso aproveita ao máximo para ter a certeza que se tirou o máximo de proveito...

Mas por que, mesmo sabendo disso, a falta enlouquece!? Por que não aceitar essa separação mesmo sabendo que um dia aconteceria?

 Porque o amor ainda está ali, presente... Porque, antes, não se tinha a coragem de assumir que ama, mas agora tem, apesar de todas as consequências que podem acontecer... Pode não ser o amor eterno, mas é amor, porque virou amor... A brincadeira se tornou séria, mesmo que só para uma das partes... Porque a falta já está insuportável, a ponto de não se pensar em mais nada, só na pessoa... Que só uma simples palavra já acalma... Porque já se está em crise de abstinência por conta daquela droga tão maravilhosa em que se viciou... Sim, esse é o tormento do momento: a falta... Essa maldita falta que eu sinto... 

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