sábado, 30 de outubro de 2010

VIDAS PASSADAS

Beatriz sempre acreditou muito em vidas passadas, em encontros inexplicáveis, coisas desse tipo. Um fato que sempre a deixava intrigada era o sentimento que sentia em relação a um homem que morava perto dela. Toda vez eu o via, Bia sentia um arrepio e uma atração entre os dois que ela não sabia explicar. E parecia que era recíproco, pois quando se encontravam esse homem também não desvia o olhar. Para qualquer lugar que ela fosse Bia o encontrava: mercado, padaria, farmácia e até igreja. Em todos os cantos lá estava ele. E o engraçado que isso era desde criança.


Bia começou a acreditar que aquele homem fizera parte de sua vida passada, porque não era possível uma atração tão forte por um homem que nem sequer o nome sabia.

Certo dia, Beatriz criou coragem e foi falar com o homem. Nisso ela já estava com uns 16 anos. Descobriu que seu nome era Rafael e que ele era 14 anos mais velho que ela. Era professor e trabalhava numa escola perto de casa mesmo. Conversaram bastante, ficaram íntimos, namoraram um tempo, mas hoje em dia não se veem mais. Mesmo assim, Bia pensa naquele homem todos os dias de sua vida e acredita que seus caminhos se cruzarão pelo menos mais uma vez, nessa vida.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

OLHOS NOS OLHOS


Clara estava preocupada. O que ela falaria para seu pai? Como dar a notícia? Seu pai não era idiota, sabia que sua “princesinha” transava, mas sempre a alertou para usar camisinha.

Agora não adiantava mais. A hora estava chegando. Seu pai entrava pela porta neste momento. “Pai, quero falar com o senhor.” Após sentarem, Clara declara “estou grávida!”. Talvez um berro e uns tapas tivessem sido melhor que a cara de decepção e desgosto do pai. Talvez não fosse a melhor opção, mas Clara informa que se casará. As feições de seu pai não mudam muito, mas pelo menos se amenizam.

Depois de um tempo, Clara vai para seu quarto pensar em tudo e dar um jeito naquela bagunça que tomara conta de seu quarto (e até dela mesmo). Música rolando e cérebro fritando. Seu “irmão” entra no quarto. Soubera da notícia. Tenta dar uma força, mesmo estando explícita a tristeza em seu rosto.

– Pelo menos você se casará com que você quer.

– Não é com ele que eu quero casar!

Uma troca de olhares acontece. Aquela troca que só dois amantes conseguem fazer. Abraços e carinhos. Olhos nos olhos. Deitados, enroscados, silêncio. Onde começa quem? Olhos nos olhos. Um amor que não consegue nem ser traduzido com um “eu te amo”. Isso é pouco diante a intensidade do momento. Olhos nos olhos.

Casamento?! Não acontecerá... ele perdeu...