terça-feira, 26 de outubro de 2010

OLHOS NOS OLHOS


Clara estava preocupada. O que ela falaria para seu pai? Como dar a notícia? Seu pai não era idiota, sabia que sua “princesinha” transava, mas sempre a alertou para usar camisinha.

Agora não adiantava mais. A hora estava chegando. Seu pai entrava pela porta neste momento. “Pai, quero falar com o senhor.” Após sentarem, Clara declara “estou grávida!”. Talvez um berro e uns tapas tivessem sido melhor que a cara de decepção e desgosto do pai. Talvez não fosse a melhor opção, mas Clara informa que se casará. As feições de seu pai não mudam muito, mas pelo menos se amenizam.

Depois de um tempo, Clara vai para seu quarto pensar em tudo e dar um jeito naquela bagunça que tomara conta de seu quarto (e até dela mesmo). Música rolando e cérebro fritando. Seu “irmão” entra no quarto. Soubera da notícia. Tenta dar uma força, mesmo estando explícita a tristeza em seu rosto.

– Pelo menos você se casará com que você quer.

– Não é com ele que eu quero casar!

Uma troca de olhares acontece. Aquela troca que só dois amantes conseguem fazer. Abraços e carinhos. Olhos nos olhos. Deitados, enroscados, silêncio. Onde começa quem? Olhos nos olhos. Um amor que não consegue nem ser traduzido com um “eu te amo”. Isso é pouco diante a intensidade do momento. Olhos nos olhos.

Casamento?! Não acontecerá... ele perdeu...

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