Ela
o queria. Queria-o até demais, na opinião das outras pessoas. O problema era
que ele não se decidia, nunca, jamais! Mas a vida sempre é cheia de mistérios e
caminhos diversos.
Essa
paixão começou desde que se conheceram ainda na época da escola. Ela nunca
revelou seu sentimento, pois achava que era apenas admiração de amigos. Com o
tempo, foi percebendo que aquela admiração podia sim ser algo a mais, pois já
não conseguia mais esquecê-lo, ficar longe dele. Todas as vezes que se
encontravam era uma emoção diferente vivida por ela.
Assim,
ficou claro que aquilo era amor. Sim, amor! Não aquele entre amigos, mas amor
entre um homem e uma mulher. Um amor puro e verdadeiro, o qual não morreria
jamais, mesmo que recebesse uma negativa para ele.
Começou
com brincadeiras, pedidos de casamento aleatórios. Depois começou a falar
sério. Ele foi começando a aceitar a ideia, mas sempre dizendo que poderia ser,
que talvez acontecesse, sempre cheio de SE.
Mas
aquela possível aceitação não avançava. Em alguns momentos, ela chegou a pensar
que finalmente aconteceria, mas no momento seguinte a distância já se fez entre
eles e suas esperanças foram embora. Pequenos detalhes mudaram, mas ainda assim
nada.
Então
veio a fase da tristeza. Por que ficar esperando por alguém que não te dá a
mínima? Simples, porque o amo! Mas esse amor não bastava mais. Aquela indecisão
a estava arrastando para o fundo do poço. A vida não estava mais tão colorida
como antes. Continuava passando a noite em claro, mas não mais sonhando com um
futuro, e sim com a dor de saber que aquele sonho não se concretizaria nunca.
Sim,
minha vida, o amor é paciente! Mas essa paciência também chega ao limite,
porque a dor também deve chegar. Passar a vida chorando não posso. Também
sofrer para sempre não dá. Você sabe que eu sou capaz de largar tudo para ficar
com você, mas um dia não serei mais. Um dia, quem sabe, você se decida a ficar
comigo? Mas talvez esse dia seja tarde demais.
Ela
sempre o amaria, isso nunca mudaria. Poderiam não ficar juntos, mas o amor
sempre estaria ali, firme. Mas agora precisava de distância, organizar seu
pensamento. Não sair mais chorando da casa dele a cada despedida, não sentir
mais aquele nó na garganta quando não acontecia nada. Precisava se reestruturar,
se curar daquele amor que agora a magoava tanto.
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