Há
momentos na nossa vida que começamos a refletir sobre coisas que passaram e
como deveríamos ter nos comportados nessas situações. Sim, são muitas atitudes
que poderiam ser diferentes, mas, por estarmos cegos, não conseguimos perceber
que aquilo não está certo, e mesmo assim tentamos levar em frente algo que não
tem mais solução. Não, não tenho arrependimento de nada do que já fiz.
Arrependo-me apenas de ter esperado algo de alguém, algo que sabia que não
teria, mas esperei mesmo assim. No fundo pensamos que mais dia menos dia a
mentalidade mudará e então nos perceberá. Mas esse dia não chega. Tentamos, de
alguma forma, mostrar que faríamos falta caso fossemos embora, mas percebemos
que não fazemos parte das prioridades de sua vida. Então, ficamos tristes, pois
todos os dias, desde que se viram, ela não sai do nosso pensamento, mas nós
nunca estivemos no dela. Ainda tentamos retomar algum laço, aquele que foi quebrado
devido aos enlaces da vida, mas não dá, não conseguimos reconstruir algo que se
partiu. Falta alguma coisa, aquela sintonia não existe mais. E mesmo assim lembramo-nos
de tudo que foi passado junto e percebemos: foi bom, mas ficou no passado. Não
adianta tentar trazer para o presente algo que não faz mais parte da nossa
vida. Algo que não depende apenas de uma pessoa para acontecer, mas de uma
mutualidade que não há. Não por você, mas por ele, que te tratou como se fosse
apenas um passatempo, como um brinquedo barato que não se precisa ter
consideração, porque tem vários outros. Mas não, você não é esse brinquedo!, e
ninguém pode chegar e dizer o contrário…
quarta-feira, 16 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
I CAN'T LIVE WITHOUT...
I can’t live without your love
Dan Torres
Don't be afraid if I'll go crazy
for you
Don't be surprised if I'll fall at your feet
I don't care about what they think of me
I don't know what to do
'Cause I'm falling for you
Don't be surprised if I'll fall at your feet
I don't care about what they think of me
I don't know what to do
'Cause I'm falling for you
When I look in your eyes
I can see me and you
Remember this time that will last 'til the end
When I find you in my dreams
I just won't let you go
I'll hold you in my heart
I can't live without you
I can't live without your love
I can see me and you
Remember this time that will last 'til the end
When I find you in my dreams
I just won't let you go
I'll hold you in my heart
I can't live without you
I can't live without your love
Sim, música em inglês feita por
um brasileiro... Estruturas simples, mas palavras lindas!
domingo, 6 de maio de 2012
CENAS DE LIVRO
"Está
escuro..." Alessandro se encaminha para o interruptor. "Não, deixe
assim, É mais bonito." Niki está ali, pouco distante dele, no meio de uma
moita de jasmins. Arrancou alguns e está mordendo a parte final da flor.
"Humm,
Coca-Cola e jasmins... um sonho que me perturba."
"Sim."
Alessandro pega o seu copo e se aproxima.
"Poderíamos
lançar essa nova bebida no mercado. Jasmim-Cola. O que acha?"
"Complicado.
As pessoas amam as coisas simples."
"É
verdade, eu também."
"E
você, Alex, você me parece tão simples."
Alessandro
apoia o copo.
"Parece
uma ofensa..."
"Por
quê? Simples. Uma alma simples..."
"Mas
às vezes as coisas simples são as mais complicadas de alcançar."
"Oh,
não seja complicado. Sério! Juntos podemos conseguir... E além disso está claro
o que você quer. As coisas que deseja. Se veem, se leem, e mesmo que eu não as
tivesse entendido... Ao final, foi o seu coração que as sugeriu para mim."
"Sabe
lá o que ele disse... Às vezes mente."
Niki ri e
se esconde atrás da moita de jasmins. Pequena. Pequena demais para aquele
maravilhoso sorriso.
"Comigo
ele foi sincero..."
Niki
morde mais um jasmim. Suga o néctar. "Experimente, tem um sabor delicioso.
Me dá um beijo?..."
"Niki,
mas eu..."
"Shhh...
o que tem de mais simples que um beijo?"
"Mas
eu e você... é complicado."
"Shhh...
deixe o seu coração falar." Niki se aproxima dele. Apoia a mão sobre o
coração de Alessandro. Depois o ouvido. E escuta. E bate forte aquele coração
emocionado. E Niki sorri. "Viu?, estou ouvindo." E levanta a cabeça.
Niki olha para ele nos olhos. E sorri na penumbra do terraço.
"Disse
que não..."
"Não,
o quê?"
"Que
entre você e eu não é complicado. É simples..."
"Ah,
é?"
"Sim.
E depois perguntei: o que faço, beijo?"
"E o
que ele disse?"
"Disse
que você se faz de difícil, mas que isso também é simples..."
E
Alessandro se rende. E Niki lentamente se aproxima. E depois o beija. Doce.
Amável. Tenra. Macia. Leve. Como um jasmim. Como Niki. Pega os braços que
Alessandro mantém abaixados, abandonados, e os coloca no seu pescoço. E
continua a beijá-lo. Agora com mais paixão. Alessandro não consegue acreditar.
Diabos. Mas ela só tem dezessete anos. Vinte anos menos que eu. E o vizinho? E
se estiver olhando? Alessandro abre um pouco um olho. Estamos no meio dos
jasmins. A moita nos esconde. Fiz bem em querer todas essas plantas para o meu
terraço. E Elena? Meu Deus, Elena tem as chaves da casa! Mas, acima de tudo,
ela se foi. Foi ela quem saiu. E Elena não tem nenhuma intenção de retornar.
Talvez. Mas em seguida Alessandro abandona todos aqueles pensamentos.
Cansativos. Inúteis. Difíceis. Que gostaria que levassem para algum lugar, mas
que ao final não levam a nada.
E se
deixa amar. Assim, com um sorriso. Um simples sorriso. Niki solta as alças do
vestido e o deixa cair ao chão. Depois o afasta com o seu tênis preto Adidas,
alto, de boxeador, e fica assim de calcinha e sutiã e nada mais. Apoiada com as
costas na moita de jasmins, imersa entre todas aquelas pequenas flores, perdida
no perfume, come uma rosa delicadamente desabrochada por acaso naquela moita.
Ela, com o perfume de si mesma, com a pele que ainda tem o sabor do mar, com os
braços fortes, as pernas com os músculos longos e saltados e um ventre chato,
ligeiramente encrespado por músculos educados que não ficam excessivamente à
mostra. Niki, toda natureza, sadia, como é próprio de uma amante do surfe.
E agora
de Alessandro. E logo depois já estão em alto-mar. Sob o luar, entre as folhas
delicadas dos jasmins entreabertos, agora brincando com outra flor. Noite. Com
uma carícia desenhar os confins do que se experimenta. Ou, ao menos,
experimentar. E se perder naqueles seus longos cabelos ainda ligeiramente
molhados. E se debater naquele desejo sufocado, tímido, embaraçado, entre
aquele sentir-se despir, descobrir ter medo de ousar. Mas ter vontade. E muita.
E prosseguir assim na correnteza do prazer. "Não. não acredito, esta
seleção é extraordinária." E continuam assim sobre aquelas notas,
docemente em ritmo com as batidas do coração. E em seguida uma peça clássica e
outra e mais uma ainda... E encontrar-se de repente no meio de uma
tempestade... "I was her she was me, we were one we were free..." entre
as ondas longas... "and if there's somebody calling me on, she's the
one..." e o vento de paixão... "we were fine ali along..."
Alessandro,
quase de olhos fechados, perde-se naquela ressaca que tem o sabor dela, de
Niki, de seus beijos, de seu sorriso, dos seus longos suspiros, daquela jovem
menina, macia, com sabor de jasmim e de muitas outras coisas mais.
Federico Moccia. Scusa
ma ti chiamo amore. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2009.
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